terça-feira, 1 de maio de 2012

Análise Crítica - Jean Piaget


Bárbara de Oliveira Araujo, RA 116204       

Sob a luz da teoria Piagetiana, sobre o desenvolvimento cognitivo, tentarei fazer uma análise do caso de minha sobrinha de 6 anos, que estaria no estágio pré-operacional (dos 2 aos 7 anos, aproximadamente), conforme classificação das fases do desenvolvimento, proposta por Piaget.
Consigo perceber em minha sobrinha a questão do egocentrismo, já que não consegue entender o porquê de alguns comandos, como por exemplo, quando pedimos para ela não gritar ou para aguardar sua vez de falar, enquanto outras pessoas estão conversando – pois costuma chamar nossa atenção para ouvirmos o que ela quer falar, enquanto já estamos envolvidos em outra conversa. Todas as vezes em que nos deparamos com essa situação – quando digo “nós” me refiro a minha mãe, minha irmã (mãe da minha sobrinha) e eu, que moramos na mesma casa com minha sobrinha - tentamos explicar que quando alguém terminar de falar ela poderá então falar, pois seria “a sua vez”; também tentamos mostrar que não conseguimos entender o que outra pessoa fala enquanto ela tenta chamar nossa atenção e também não conseguiríamos entender o que ela fala, se tivesse outra pessoa tentando chamar nossa atenção ao mesmo tempo.
Acredito que a experiência relatada no trecho acima explicita a questão do egocentrismo levantada pelo estudioso, considerando que mesmo após as explicações elaboradas para que a criança em questão entendesse o “comando” não como uma atitude autoritária, visando uma atitude de “cooperação” – termo proposto por Piaget para tratar a questão da moral, definido como um tipo de relação social que faz suceder a possibilidade do acordo mútuo e seriam também pela “cooperação” que a consciência da criança passa pela experiência de participar de uma relação social a ser construída na qual deverá colocar-se do ponto de vista alheio para garantir o acordo e respeito mútuos – ainda assim continuava insistindo em sua “necessidade de chamar a atenção para si” logo após alguns segundos de termos executado o discurso descrito acima, numa atitude esperada de uma criança que encontra-se em seu estágio de desenvolvimento: o pré-operacional – no qual a criança reduziria tudo à si, tendo indiferenciação entre o ponto de vista dos outros e o seu, porém como um fenômeno inconsciente, como uma espécie de “ilusão sistemática e inconsciente de perspectiva”.
Optei por abordar a questão do egocentrismo, baseando-me em uma experiência pessoal – conforme autorizado pela professora, para desenvolvimento de nossa análise crítica – por ser o conceito que mais despertou minha atenção dentro da teoria piagetiana, sendo meu interesse principalmente motivado pelo fato de eu poder observar de perto essa questão, morando com uma criança que se encontra no estágio no qual o egocentrismo estaria vigente.
Dessa forma, conscientemente deixo de lado muitas outras questões da teoria de Piaget,  com as quais poderia concordar ou não, descrever novas experiências a serem analisadas com base nelas, fazendo, assim, um recorte breve de um ponto específicos de seus estudos sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, para aplica-lo em dada situação e não estender-me mais do que o necessário para a breve análise crítica solicitada.

BIBLIOGRAFIA:
MATOS, H.A.V. Sobre a teoria piagetiana. Mímeo. 1998.

Nenhum comentário:

Postar um comentário