quinta-feira, 3 de maio de 2012

A Teoria Piagetiana e as contribuições para a educação

       Karina Cristina de Oliveira, RA: 121075

          Primeiramente, devo confessar que nunca havia ouvido falar de Piaget ou Vygotsky. Talvez seja porque meu território sempre foram os números (não é à toa que faço Matemática), e nunca me interessei por psicologia. Mas nunca é tarde para se aprender coisas novas. Com base na leitura dos textos sugeridos em sala, sobre como Jean Piaget, em sua teoria, explica de que maneira o indivíduo, desde o seu nascimento, constrói o conhecimento, pude perceber que sua preocupação mais forte foi o estudo da evolução do pensamento (o processo de interação entre individuo X ambiente). Apesar de Piaget e Vygotsky compartilharem de algumas ideias, eles divergem no enfoque sobre outros aspectos. Eu gostaria de apontar dois destes aspectos divergentes e mostrar como eles fundamentam minha análise:

•desenvolvimento X aprendizagem
•interação social X interação com os objetos

          No primeiro aspecto temos, por um lado, a certeza de Piaget de que o desenvolvimento vem antes da aprendizagem e, por outro, a afirmação de Vygotsky de que a aprendizagem pode vir antes do desenvolvimento. Segundo Piaget, o processo de desenvolvimento da inteligência no indivíduo nos leva a alguns conceitos fundamentais: acomodação, esquemas, equilibração, assimilação, onde o mesmo define que não há acomodação sem assimilação. O equilíbrio entre estes dois conceitos se dá pela adaptação à situação.

          O desenvolvimento da criança foi dividido em quatro estágios (“estágios” para Piaget, “fases” para Freud):

I - Estagio sensório motor (0 a 2 anos) – egocentrismo, inteligência prática, raciocínio transdutivo.
II - Estagio pré-operatório (2 a 7 anos) – inteligência mental, linguagem, funções simbólicas.
III - Estagio operatório concreto (7 a 11 anos) – pensamento reversível.
IV - Estagio operatório formal (12 anos em diante) – estabelece relações possíveis, reversibilidade mais complexa.

          Com isso, surge uma questão: o que seria necessário para o desenvolvimento e o aprendizado? Bom, a resposta mais adequada seria que, para se desenvolver, a criança precisa passar pela vivência, pela relação com o mundo à sua volta, saber assimilar tudo o que acontece ao seu redor (desenvolvimento maturacional).

          Em minha opinião, as ideias de Piaget representam um salto qualitativo na compreensão do desenvolvimento humano, na medida em que é evidenciada uma tentativa de integração entre o sujeito e o mundo que o circunda. Este cientista suíço revolucionou o modo de encarar a educação de crianças ao mostrar que elas não pensam como os adultos.

          Relacionando a educação com a teoria de Piaget e o papel do professor, temos que, de fato, isto ajuda os alunos a perceberem as incongruências e vazios no seu entendimento. Para fazer isso, os professores têm que respeitar os alunos e tal respeito tem que ser mútuo. No entanto, respeito não é alguma coisa imposta de cima para baixo. Preferivelmente, deveria ser alguma coisa construída e oferecida ao professor, pelos alunos, que o consideram merecedor dessa consideração. O lema “o professor não ensina, ajuda o aluno a aprender”, do Método Psicogenético, criado por Lauro de Oliveira Lima, tem suas bases nestas teorias epistemológicas de Jean Piaget.

          Para concluir minha análise, para Piaget a tarefa principal da educação é estimular o raciocínio, não ser apenas uma formação, mas sim uma condição formadora, ligada estreitamente à pesquisa. Ao invés da criança apenas copiar o conteúdo apresentado, ela deve ser levada a reinventá-lo.

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