quinta-feira, 14 de junho de 2012


Liriam Samejima Teixeira     RA:103084

  Análise Crítica: Perspectiva histórico-cultural e as implicações educacionais

   Minha análise sobre a perspectiva histórico-cultural e as implicações educacionais será baseada na questão da heterogeneidade em sala de aula.
   A diversidade deve ser vista pelo professor como fonte de enriquecimento da ação pedagógica, todavia, saber lidar com tal situação é um desafio. Não é uma tarefa fácil, pois o educador precisa lançar mão de estratégias especiais para envolver a todos. Além disso, necessita do apoio da instituição de ensino, sendo um trabalho conjunto. Esse último fator, talvez seja um dos maiores obstáculos a ser driblado, uma vez que há acomodação dos métodos convencionais e muitos preferem fugir do “novo” porque é menos trabalhoso. Contudo, parece utópico dizer que as salas de aula são homogenias e que não há a necessidade de atentar para novas metodologias, pois ao pensar na teoria Vygotskyana entende-se que o desenvolvimento-aprendizado de cada aluno sofrera influência do meio social. Assim, família, amigos, meios de comunicação, etc. moldam sua cultura de forma que cada pessoa apresenta histórias de vida, concepções, representações, afetos e expectativas diferentes. Logo, a heterogeneidade está presente a partir dessa concepção também e não necessariamente de alunos especiais ou com diferenças de idade, por exemplo. “Isso coloca, para o educador, a necessidade de identificar, no âmbito do conhecimento acumulado, aqueles elementos que precisam ser assimilados pelos sujeitos para que desenvolvam, ao máximo, as aptidões e qualidades humanas criadas pelas gerações precedentes. Ao mesmo tempo, cabe ao educador a tarefa de organizar os meios para tornar a cultura assimilável pelas novas gerações (Saviani, 1991).” Daí vem a importância do professor mediador, o qual deve orientar o aluno de modo a conduzi-lo a desenvolver o raciocínio e soluções de problemas que não consegue realizar sozinho. A partir dessa idéia, nasce a concepção de Zona de Desenvolvimento Proximal, que esclarece a distância entre o desenvolvimento real (aquele que torna o indivíduo capaz de enfrentar situações aplicando seu conhecimento de maneira autônoma) e o desenvolvimento potencial (aquele que o indivíduo possui, mas que encontra-se em processo).
Para Vygotsky e Wallon, o papel do mediador é essencial para o desenvolvimento potencial e uma sala heterogenia contribui para uma melhor compreensão e desenvolvimento da aprendizagem, devido às trocas de experiências. Essas trocas podem ser exploradas em trabalhos feitos em dupla ou em grupos, como também por meio do auxílio de monitores. Uma outra estratégia é a do professor selecionar alunos que tenham um bom domínio de determinado conteúdo e orientá-los para que auxiliem colegas com dificuldades. Entretanto, existem outras questões a serem trabalhadas. Em salas com diferenças de idade, por exemplo, é comum a indisciplina e o desinteresse em aprender devido ao acúmulo de fracassos escolares ao longo dos anos ou até mesmo por cansaço físico por trabalhar e ajudar financeiramente em casa. Tais alunos necessitam de uma motivação extrínsica do professor, de modo que consiga despertar o interesse pelo aprendizado. Sendo assim, cabe ao educador trabalhar com a afetividade e obter uma relação competente, produtiva, em que exista confiança e liberdade, com respeito entre as partes. Portanto, como citado no início da crítica, a ação pedagógica não se faz sem parcerias, mas na construção conjunta de estratégias e soluções. Lidar com a heterogeneidade em sala de aula requer trabalho, luta, paciência e vontade.

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