Nesta postagem, devido às vastas obras dos autores, terei como objetivo fazer abordagens rápidas dos trabalhos de Henri Wallon e Lev Vygotsky, respectivamente, e uma posterior comparação entre os autores, tanto em suas proximidades como em afastamentos, em relação aos seus embasamentos teóricos.
Em sua teoria psicológica, Wallon estuda a pessoa completa, ou seja, analisa nos aspectos afetivos, motores e cognitivos de forma integrada. Sua abordagem é psicogenética, portanto o estudo da criança é de fundamental importância. Wallon não propõe uma teoria pedagógica, porém elaborou textos sobre educação, dissertando sobre a educação pedagógica explícita (Projeto Jangevin-Wallon, por exemplo) e a implícita, a partir da psicogenética e da sua atuação como professor.
Para Wallon, em relação ao desenvolvimento da criança, cada etapa tem uma função própria e cabe ao educador reconhecer e adequá-la ao meio escolar, às possibilidades e necessidades infantis do momento. Portanto, a teoria walloniana enfatiza o aproveitamento das possibilidades de cada fase de desenvolvimento, sugerindo a utilização de processos pedagógicos que reconsiderem formas de pensamento e afetividade.
Em relação à Vygotsky, o desenvolvimento humano, o aprendizado e as relações entre ambos são os temas centrais de seus trabalhos. Ele não nos oferece uma interpretação do percurso psicológico humano, mas, sim, reflexões e dados de pesquisas sobre vários aspectos de desenvolvimento.
Com base nisso, foi criado o conceito de zona de desenvolvimento proximal, o qual envolve os níveis de desenvolvimento real (capacidade de a criança realizar tarefas de forma independente – referindo-se às etapas já alcançadas) e os níveis de desenvolvimento potencial (capacidade de realizar tarefas com a ajuda de adultos ou de companheiros mais capazes). Esta possibilidade de alteração do desempenho por intermédio de uma segunda pessoa é fundamental na teoria de Vygotsky, pois ele atribui extrema importância às interações sociais.
A ZDP, portanto, refere-se ao caminho que o indivíduo vai percorrer para realizar determinada tarefa e este é um domínio psicológico em constante transformação. Os brinquedos, por exemplo, criam uma ZPD, fazendo com que as crianças comportem-se de forma mais avançada que nas atividades da vida real e também aprendem a separar objeto e significado. Logo, as brincadeiras favorecem o desenvolvimento da criança.
Agora, de acordo com meus pontos de vista e com o que consegui absorver das aulas, serão feitas comparações entre os autores. Ambos os autores, utilizam uma abordagem genética, na busca de compreender a origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos da espécie humana. Assumem que as manifestações iniciais vão ganhando complexidade à medida que o indivíduo se desenvolve na cultura; assumem também o caráter social da afetividade e que a relação entre afetividade e inteligência é fundamental para o processo do desenvolvimento humano.
Contudo, Wallon apresenta uma teoria psicológica sobre o ser humano centrada na ideia da existência de quatro grandes núcleos funcionais: a afetividade, o conhecimento o ato motor e a pessoa, onde o desenvolvimento é um processo de construção em que se sucedem fases ora com predominância afetiva, ora cognitiva, no qual Wallon chama de predominância funcional.
Vygotsky, por sua vez, assume uma posição teórica segundo a qual o indivíduo nasce como ser biológico e que, através da inserção na cultura e em relações sociais, se torna um ser sócio histórico. Em suma, Vygotsky propõe que a origem das funções superiores do comportamento consciente deve ser buscada nas relações que o homem mantém com sua cultura.
O fato é que é a aprendizagem que potencializa o conhecimento e que a relação homem-mundo é mediada por sistemas simbólicos, onde tanto a fala e o papel do concreto, como a vivencia em um ambiente heterogênio (no caso, possibilitando a formação de uma ZPD e a interação social) são de grande importância pra o desenvolvimento do indivíduo.
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