quinta-feira, 14 de junho de 2012

Análise Crítica Vygotsky e Wallon


ANÁLISE CRÍTICA VYGOTSKY E WALLON
Amanda Nunes Rabello (turma J)     080589

            Vygotsky e Wallon buscam transformar a sociedade através da educação, e diferente de Piaget, os dois autores dão grande importância ao social, por acreditarem que o aprendizado ocorre “de fora para dentro”, mas não por isso descartam a importância biológica.
            Quando falamos de Vygotsky pensamos em Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). O autor deixou de trabalhar no nível de desenvolvimento real (NDR) e mudou o foco para o nível de desenvolvimento potencial (NDP), ou seja, passou a entender que a intervenção deve explorar aquilo que o sujeito ainda não consegue fazer sozinho. Com essa nova ideia, a mediação do professor se torna mais dinâmica, uma vez que a ZDP será constantemente deslocada para um NDR, que consequentemente acarretará em uma nova ZDP.
            Penso que identificar essa zona nos alunos seja essencial para o processo de aprendizagem, pois se trabalharmos somente o que o indivíduo já faz sozinho, ficaremos muito limitados em nossa função de ensino – aprendizagem. Porém, cada sujeito se encontra em um diferente NDP, por essa razão há necessidade de atendimentos individualizados durante as aulas. Acho de fundamental importância momentos, em sala de aula, de atividades propostas sobre o tema estudado, facilitando a troca de conhecimento entre os alunos, e a intervenção individual do professor. Para isso devemos incentivar a reflexão e discussão entre os estudantes em determinados momentos da aula.
            Outro aspecto que Vygotsky trabalha bastante, e que pessoalmente achei muito interessante, é o pensamento e linguagem. Para o autor a linguagem é desenvolvida pela relação social e é o que modula o pensamento humano. Ele acredita que o pensamento e a linguagem se desenvolvem simultaneamente, sem influência de um sobre o outro, ou seja, temos uma “inteligência prática”, que seria o pensamento pré verbal, e também temos a linguagem emocional, que são manifestações de necessidades fisiológicas e emocionais. Em um determinado momento há um cruzamento entre pensamento e linguagem, que para o autor é quando o indivíduo passa para uma função psicológica superior.
Vygotsky descobre o que Piaget não enxergou, sem linguagem não há desenvolvimento de inteligência. E vai além, dando uma nova interpretação à fala egocêntrica, dizendo que a criança fala sozinha para organizar suas ideias, por ser um indivíduo completamente social e conforme o sujeito se individualiza, o pensamento passa a ser interno, porém sua função continua sendo social.
Apesar da dificuldade encontrada em classe para entender o pensamento não verbal, sou forçada a concordar com Vygotsky e não com Piaget nesse aspecto, acredito sim que a fala é completamente social, e que mesmo quando recém nascidos já temos uma forma primitiva de pensamento e linguagem desenvolvidos. E novamente a interação entre os alunos em classe se mostra de fundamental importância, pois como dito anteriormente através da fala as crianças estão organizando seus pensamentos. Portanto, acho que a função do professor é expor novas ideias, e em seguida disponibilizar momentos de discussões, e atividades relacionadas ao tema da aula sem exigir o silêncio e comportamento “adequado em sala de aula”.
O interesse de Wallon em estudar a educação, foi para enxergar a possibilidade para os excluídos. Sendo assim, o autor pensa como é formada a pessoa completa através de três campos funcionais, com igual importância, eles são afetividade, cognição/inteligência e motor. Suas ideias podem ser vistas como uma crítica ao sistema de ensino, que valorizam apenas a inteligência, principalmente a intelgência lógica. Hoje vemos nas escolas uma tentativa de enxergar os estudantes da forma que Wallon propõem, encontramos nas instituições de ensino a discussão de como promover uma educação interdisciplinar, na qual todas as matérias em um planejamento conjunto, pensem no desenvolvimento dos alunos como um todo, porém essa tarefa não tem se mostrado de fácil execução.
Wallon e Vygotsky chamam a atenção para a importância do brincar durante o processo de aprendizagem. Vygotsky diz que a brincadeira é uma ZDP por excelência, e que o brinquedo deve ser utilizado como objeto de aprendizagem, principalmente na fase do pensamento concreto. Wallon, por outro lado, vê a importância do faz-de-conta para proporcionar ao sujeito a consciência de si a partir da incorporação do outro.
As teorias desses dois autores descontruíram a “receita” do processo de aprendizagem, transformaram os professores em “pessoas mais humanas”, e o processo mais agradável e natural aos alunos. Porém, tenho consciência que não é tarefa fácil colocar todas essas ideias em prática, pois além de tudo o que foi exposto nessa análise não podemos esquecer o que diz Piaget, a criança aprende através de suas ações e interações com o meio, o que a torna um ser ativo e pensante. Porém para o sujeito ser ativo, é preciso criar nele a necessidade de aprender.

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