ANÁLISE CRÍTICA
VYGOTSKY E WALLON
Amanda Nunes
Rabello (turma J) 080589
Vygotsky e Wallon buscam transformar
a sociedade através da educação, e diferente de Piaget, os dois autores dão
grande importância ao social, por acreditarem que o aprendizado ocorre “de fora
para dentro”, mas não por isso descartam a importância biológica.
Quando falamos de Vygotsky pensamos
em Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). O autor deixou de trabalhar no nível
de desenvolvimento real (NDR) e mudou o foco para o nível de desenvolvimento
potencial (NDP), ou seja, passou a entender que a intervenção deve explorar
aquilo que o sujeito ainda não consegue fazer sozinho. Com essa nova ideia, a
mediação do professor se torna mais dinâmica, uma vez que a ZDP será
constantemente deslocada para um NDR, que consequentemente acarretará em uma
nova ZDP.
Penso que identificar essa zona nos
alunos seja essencial para o processo de aprendizagem, pois se trabalharmos
somente o que o indivíduo já faz sozinho, ficaremos muito limitados em nossa
função de ensino – aprendizagem. Porém, cada sujeito se encontra em um
diferente NDP, por essa razão há necessidade de atendimentos individualizados
durante as aulas. Acho de fundamental importância momentos, em sala de aula, de
atividades propostas sobre o tema estudado, facilitando a troca de conhecimento
entre os alunos, e a intervenção individual do professor. Para isso devemos
incentivar a reflexão e discussão entre os estudantes em determinados momentos
da aula.
Outro aspecto que Vygotsky trabalha
bastante, e que pessoalmente achei muito interessante, é o pensamento e linguagem.
Para o autor a linguagem é desenvolvida pela relação social e é o que modula o
pensamento humano. Ele acredita que o pensamento e a linguagem se desenvolvem
simultaneamente, sem influência de um sobre o outro, ou seja, temos uma “inteligência
prática”, que seria o pensamento pré verbal, e também temos a linguagem
emocional, que são manifestações de necessidades fisiológicas e emocionais. Em
um determinado momento há um cruzamento entre pensamento e linguagem, que para
o autor é quando o indivíduo passa para uma função psicológica superior.
Vygotsky
descobre o que Piaget não enxergou, sem linguagem não há desenvolvimento de
inteligência. E vai além, dando uma nova interpretação à fala egocêntrica,
dizendo que a criança fala sozinha para organizar suas ideias, por ser um indivíduo
completamente social e conforme o sujeito se individualiza, o pensamento passa
a ser interno, porém sua função continua sendo social.
Apesar
da dificuldade encontrada em classe para entender o pensamento não verbal, sou
forçada a concordar com Vygotsky e não com Piaget nesse aspecto, acredito sim
que a fala é completamente social, e que mesmo quando recém nascidos já temos uma
forma primitiva de pensamento e linguagem desenvolvidos. E novamente a
interação entre os alunos em classe se mostra de fundamental importância, pois como
dito anteriormente através da fala as crianças estão organizando seus pensamentos.
Portanto, acho que a função do professor é expor novas ideias, e em seguida disponibilizar
momentos de discussões, e atividades relacionadas ao tema da aula sem exigir o
silêncio e comportamento “adequado em sala de aula”.
O
interesse de Wallon em estudar a educação, foi para enxergar a possibilidade
para os excluídos. Sendo assim, o autor pensa como é formada a pessoa completa
através de três campos funcionais, com igual importância, eles são afetividade,
cognição/inteligência e motor. Suas ideias podem ser vistas como uma crítica ao
sistema de ensino, que valorizam apenas a inteligência, principalmente a intelgência
lógica. Hoje vemos nas escolas uma tentativa de enxergar os estudantes da forma
que Wallon propõem, encontramos nas instituições de ensino a discussão de como
promover uma educação interdisciplinar, na qual todas as matérias em um
planejamento conjunto, pensem no desenvolvimento dos alunos como um todo, porém
essa tarefa não tem se mostrado de fácil execução.
Wallon
e Vygotsky chamam a atenção para a importância do brincar durante o processo de
aprendizagem. Vygotsky diz que a brincadeira é uma ZDP por excelência, e que o
brinquedo deve ser utilizado como objeto de aprendizagem, principalmente na
fase do pensamento concreto. Wallon, por outro lado, vê a importância do
faz-de-conta para proporcionar ao sujeito a consciência de si a partir da
incorporação do outro.
As
teorias desses dois autores descontruíram a “receita” do processo de
aprendizagem, transformaram os professores em “pessoas mais humanas”, e o
processo mais agradável e natural aos alunos. Porém, tenho consciência que não
é tarefa fácil colocar todas essas ideias em prática, pois além de tudo o que
foi exposto nessa análise não podemos esquecer o que diz Piaget, a
criança aprende através de suas ações e interações com o meio, o que a torna um
ser ativo e pensante. Porém para o sujeito ser ativo, é preciso criar nele a necessidade
de aprender.
Nenhum comentário:
Postar um comentário