sexta-feira, 27 de abril de 2012

Análise Módulo Piaget - Octávio A.


Octávio Augusto B. F. Silva                                                                         RA106884


Observação:Antes de dar início à minha análise crítica, gostaria de salientar que esta é uma reflexão sobre o módulo e os textos lidos, e não sobre a obra de Piaget. Desta forma, temos aqui um documento que mostrará meu pensamento sobre o que estudamos nesse curto período, podendo conter certos equívocos que não ocorreriam se houvesse um estudo mais aprofundado – algo impossível para um autor com tantas publicações em uma disciplina de um semestre –, mas ainda sim permanecendo com seu valor, que é servir como um reflexo ou diagnóstico do que pensei sobre as aulas. Deste modo, preferi arriscar-me, fazendo um texto que pode ter estes equívocos que disse, mas que mostrará exatamente o que se passa por minha cabeça após o módulo, do que fazer um texto maquiado, que deixaria de dizer muitas coisas em prol de uma maior segurança com relação à nota (avaliação) recebida.
Ressalto, por fim, que, removida esta observação – que não faz parte da resenha ou do texto, o limite de 2 páginas foi mantido –.


A Teoria Piagetiana e as contribuições para a educação: análise crítica
Dando início às minhas reflexões, gostaria de dizer que estudar Piaget é algo interessante, pois me traz a impressão de ser um pensador que tenta transformar humanas em exatas, ou então somá-las. Isto se deve ao método um tanto cientificista de analisar os temas abordados – desenvolvimento da inteligência nas crianças, educação, entre outros – já que ele era biólogo e passou a estudar psicologia.
Com esta união de pensamentos, Piaget traz algumas coisas que considero vantajosas, como a metodologia de experimentação científica, que leva um pouco mais de objetividade nos estudos, somando-se à análise clínica, e, alguns negativos, como algumas categorizações que não me agradam (os períodos) e valorizações de processos biológicos em excesso, transmitindo para mim uma diminuição da subjetividade e do espírito[1]  das pessoas, em favor de algo que parece mais inato e até mesmo robótico, ainda que haja algumas ressalvas.
De acordo com o que estudamos, o que mais vimos foram os conceitos de adaptação, assimilação e acomodação, que explicam o modo como adquirimos conhecimento sobre o ambiente, e, traz algo que considero interessante, que é o modo como esse conhecimento se modifica, se adaptando a novas situações e experiências. E já que falei de robótica, arrisco-me a dizer que o que mais nos distancia nós dos robôs, e faz os engenheiros quebrarem a cabeça, é justamente isso. Eles são programados para fazer certas coisas, e não conseguem se adaptar, modificarem seu conhecimento e aprenderem coisas novas. Há várias tentativas fracassadas nesse sentido. Portanto, gostei desta conceituação de Piaget, e creio que se pudesse trabalhar mais a questão dos robôs, poderia com isso conseguir um novo meio de provar que esta teoria faz sentido e é a principal característica da inteligência, principalmente se trabalhada junto com a linguagem.
Já sobre os períodos, não me agradam porque acho muito difícil encontrar uma regra imutável para estes. Não me parece coerente que tais processos ocorram com sociedades em que não há ou não havia linguagem, não há língua escrita ou não há língua oral, enfim, creio que há muitos processos históricos e educacionais que podem fazer esses períodos mudarem muito.Gostaria de testá-los hoje em dia, para ver se as crianças, agora acostumadas com muita tecnologia, ainda responderiam da mesma forma à eles, bem como crianças de diversos tipos de culturas. É, portanto, arriscado basear o ensino nesse tipo de pensamento, mas, ao mesmo tempo, parece ser necessário criar algum tipo de alinhamento entre os estudantes, já que a sociedade pede isso (para que depois todos tenham, teoricamente, o mesmo currículo para prestarem o vestibular), e, já que é necessário fazer isso, estes períodos ao menos parecem terem sido muito testados e experimentados, podendo ser melhorados e/ou atualizados.
Com relação às suas contribuições para a educação, creio que além de pensar na adaptação, a concentração de suas contribuições está na parte afetiva do conhecimento e no conceito de desequilíbrio. Com estes dois somados, é possível para o professor pensar em métodos de tornar o conteúdo interessante para que os alunos o busquem e aprendam. Por exemplo, com a parte afetiva, entendemos que certos estudos podem ser chatos, exaustivos ou desinteressantes para os alunos, porque suas estruturas já estão pré-dispostas a mal-recebê-lo, não abrindo espaço para que ocorra o desequilíbrio.
Por fim, podemos pensar na questão do juízo moral, que para mim foi a mais interessante do curso com seus conceitos de equacionamento moral e regras morais e da simpatia com o professor. O professor deve ter cuidados com a sua sensibilidade moral para não colocar os alunos em situações constrangedoras, e, ter responsabilidade com a sua posição, pois, caso o aluno tenha simpatia com ele, poderá absorver e/ou seguir o que lhe for ensinado, mesmo que seja ruim (vide filme “A Onda”). Desta forma, a posição de professor é uma posição que exige muita responsabilidade para não conduzir os alunos, fazê-los repetidores, e sim, fazê-los sujeitos críticos, com opinião própria.
Deste modo, creio que com seus prós e contras - que existirão com qualquer teoria-, este módulo tem a sua contribuição no sentido de conhecermos a teoria piagetiana, para extrairmos dela o que julgarmos útil e necessário, somando com outras teorias e conhecimentos aprendidos e por aprender, para desenvolvermos nosso método de aula e podermos assim lecionar com qualidade.


[1] Como é evidente, não se trata de espírito no sentido religioso do termo.

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